Hoje eu fiz algo que desde que me separei (sim pela segunda vez -hehe) eu relutava em fazer... fazer um programa de domingo assim sozinho.... Não... explico.... eu vou a cinema sozinho, teatro, enfim... essas coisas... mas sabe aqueles tipos de programas onde é você com você mesmo ? Tipo: praia, caminhada, passeio ao ar livre... Sabem a imagem que pra mim representa o climax da individualidade bem resolvida? Uma pessoa sentada lendo um livro com fone de ouvido. Assim, completamente absorta, imerça em si própria.... me passa uma idéia de poder sabem ? Passa uma aura de intangibilidade na coisa toda... do lance a pessoa estar bem consigo mesma vivendo o seu momento.... Ah.. tá... continuando... eu enrolei, enrolei, enrolei.... já tinha passado várias vezes antes no Aterro de carro, olhando as pessoas caminhando nas pistas, jogando bola, passeando com o cachorro, crianças, pais felizes, velhos de bem com a idade... e eu sempre dizia pra mim mesmo: " Vamos lá Lu, vc consegue... caminhar, curtir o seu momento... vai ser tão bacana..." mas nada... e o medo de me pegar sozinho ? Estranho não ? A primeira vez que ensaiei algo do tipo foi na segunda semana depois de me separar no calcadão de Copa, mas não fiquei 30 minutos... me sentia estranho, um peixe fora d'água... um perfeito idiota, descolado e esquisito....
Aí, hoje de manhã olhei pro céu... um azul bonito, o tempo não muito quente (detesto)... perfeito para uma caminhada.... tomei coragem.... botei o short, um tênis, me assegurei que estava levando música suficiente para a empreitada.... e fui....
Foi ótimo, sabiam ?! Comecei no Hotel Glória e fui até final do Flamengo... deu 1:30hs que já é melhor do que 30 minutos.... gente podem falar o que quiser... mas o Rio de Janeiro é lindo ! Ô cidade bonita ! Uma moldura.... caminhei, caminhei... aí sentei debaixo de uma árvore, tirei o tênis, deixei o pé respirar e fiquei olhando as pessoas irem e virem... o vento batia gostoso... foi bom...
Não sei se por coincidência nessa hora tocou uma música que eu adoro e tinha tudo a ver quando o Djavan fala: "...e na dor eu passo um giz arcoirizando a solidão, na lição que o Sol me traduz: viver da própria luz..."
Um comentário:
Adoro, filmes, histórias, séries sobre vampiros... Primeiro porque tem aquela coisa do poder oculto e da juventude eterna que é fascinante... Mas sempre vi os vampiros como a minha situação... Eles precisam viver meio que uma vida com aquele ponto oculto por conta de sua condição, uns até são felizes com aquilo, outros se revoltam... Muito a ver com a questão trans...
Sobre estar sozinho eu comento contigo em particular... rs
Beijos
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